Conferência
O XIX Encontro Internacional de CTDI propõe uma reflexão aprofundada sobre o papel da gestão da informação na preservação da memória institucional, comunitária e histórica, com especial enfoque na informação sensível — pessoal, cultural, política ou científica — num contexto em que privacidade, transparência e memória se encontram em constante tensão.
Num mundo marcado por rápidas transformações tecnológicas e sociais, torna-se urgente debater os desafios éticos, técnicos e políticos associados à gestão e preservação da informação sensível. Este encontro pretende reunir investigadores, profissionais, estudantes e decisores para discutir práticas, metodologias e tecnologias que promovam uma gestão responsável da memória coletiva.
Subtemas em destaque:
- Arquivos de direitos humanos e justiça social
Exploram-se os arquivos como instrumentos de defesa dos direitos humanos, da justiça e da memória coletiva de comunidades vulneráveis. São abordadas práticas de documentação de violações, processos de reparação histórica e o papel dos arquivos na promoção da cidadania ativa e da justiça social. - Preservação digital de testemunhos e património imaterial
Reflete-se sobre os desafios técnicos e éticos da preservação de testemunhos orais, tradições culturais, práticas comunitárias e outras formas de património imaterial. A digitalização e curadoria desses conteúdos exigem abordagens sensíveis à autenticidade, à representatividade e à acessibilidade. - Gestão documental em contextos de conflito ou crise
Analisa-se a gestão da informação em situações de instabilidade política, catástrofes naturais, pandemias ou conflitos armados. A documentação produzida nestes contextos pode ser vital para a reconstrução da memória, para processos judiciais ou para a reconciliação social, exigindo cuidados específicos na sua preservação e acesso. - Ética na eliminação e retenção de informação sensível
Debate-se a responsabilidade dos profissionais da informação na tomada de decisões sobre o ciclo de vida da informação sensível. Questões como o direito ao esquecimento, a proteção de dados pessoais, a transparência institucional e os riscos da retenção excessiva são centrais neste subtema. - Inteligência artificial e riscos na manipulação da memória institucional
Discute-se o impacto das tecnologias emergentes, como a IA, na produção, organização e interpretação da memória institucional. A automatização de processos pode introduzir, omissões ou distorções, expondo preocupações sobre a integridade, autenticidade e responsabilidade na gestão da informação.
OBJETIVO:
Promover o diálogo interdisciplinar e internacional sobre os desafios contemporâneos da gestão da informação sensível, incentivando a partilha de experiências, boas práticas e investigação aplicada que contribuam para a construção de uma memória coletiva ética, inclusiva e sustentável.
PÚBLICO-ALVO:
Profissionais da informação (arquivistas, bibliotecários, documentalistas), investigadores e docentes das áreas da Ciência da Informação, História, Sociologia, Direito e Tecnologias da Informação, estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento, bem como representantes de instituições públicas, organizações da sociedade civil e empresas com interesse na preservação da memória e na gestão ética da informação.