Conference “Quilombo Communities of the Jacobina Micro-region: Trajectory and daily experiences”, Carmelia Aparecida Silva Miranda (State University of Bahia – UNEB) | 11 April 2014

11 April 2014 | 16.00 | ISCAP

ABSTRACT

Não podemos perder de vista de que a luta do povo negro sempre se fez presente na História do Brasil, seja através da criação dos diversos quilombos durante o período escravista e de outras formas de resistências, referencial que foi brilhantemente discutido por (REIS, 1983; GOMES, 2006; MATTOS, 1995; FRY e VOGT, 1996) e outros autores, que investigaram sobre as fugas empreendidas pelos escravizados, a formação dos quilombos e as várias formas de resistência. Os escravizados não se acomodaram ao sistema escravista, viveram e sobreviveram lutando, resistindo às mazelas cotidianas. Nessa luta constante criaram perspectivas de vidas, dançaram, cantaram e folgaram. Dirigiram suas vidas, sobreviveram e construíram uma cultura tão diversificada como a cultura brasileira. Mesmo não usufruindo de direitos, nem de livre arbítrio, pois os senhores é que determinavam seus destinos, demarcaram terreno, negociaram, viveram e sobreviveram. Criaram possibilidades de resistências e sonharam, e alguns conseguiram a tão cobiçada liberdade. Esta comunicação tem como objetivo principal apresentar a trajetória histórica das comunidades quilombolas, localizadas na Microrregião de Jacobina, como também sobre a construção da identidade cultural, buscando entender algumas práticas culturais presentes, como a Festa de Reis e a oferenda a São Cosme e São Damião. Enquanto aparato /instrumento metodológico a História Oral é o suporte base. Analisar as histórias contadas pelos moradores sobre a comunidade, atentando para as memórias desses descendentes de escravizados e\ou ex-escravizados, quanto a sua constituição avançando para questões da contemporaneidade, como a territorial da posse da terra: se as terras ocupadas foram doadas e se constituíram ocupação de terras abandonadas, por exemplo, no período do pós-Abolição. As lembranças sobre a ocupação do território e sobre os primeiros moradores estão presentes na fala dos mais velhos integrantes da comunidade quilombola, permitindo o mapeamento das experiências históricas acumuladas.

Bionote

Carmélia Miranda é pós-doutoranda em História – Universidade de Lisboa – UL-PT, Doutora em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC (2006), Mestre em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1999). Graduada em História – UCSAL. Atualmente Professora Adjunta B da Universidade do Estado da Bahia – Campus IV- Jacobina e Professora Permanente do Mestrado em História Regional e Local – UNEB – Campus V – Santo Antônio de Jesus. Professora Permanente do Mestrado Profissional em Educação e Diversidade – UNEB- Campus IV – Jacobina. Coordenou o Núcleo de Pesquisa e Extensão – NUPE – Campus IV – Jacobina (2008/2009); Coordenação Geral do Curso de História do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR (2010/2013); Coordenou a Linha de Pesquisa do Mestrado em História Regional e Local Trajetória de Populações Afro-Brasileiras (2012-2013). Ganhou o Prêmio Margarida Alves (2007), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Tem atuação na Linha de História Social com trabalhos desenvolvidos nas seguintes temáticas: escravidão, manifestações culturais, cultura, memória e comunidades quilombolas. Membro do Grupo de Pesquisa Núcleo de Estudos de História Social da Cidade – NEHSC (Antigo Grupo CORDIS), PUC/SP e do Núcleo de Estudos de Cultura e Cidade – UNEB. Bolsista CAPES, Processo n. 3131-13-0.


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