Seminar ‘StreetArtCEI Project – Routes of Street Art in Porto’ and fieldwork week | 5-9 March 201

Seminar ‘StreetArtCEI Project – Routes of Street Art in Porto’ and fieldwork week

5-9 March 2018 | Sala de Actos, P.PORTO


Galeria



Programa

Segunda-feira, 5 de Março: Reunião de projecto, 14.00, CEI-ISCAP/P.PORTO.

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Terça-feira, 6 de Março: Seminário de Apresentação do Projecto StreetArtCEI – Rotas de Street Art no Grande Porto, Sala de Actos – P.PORTO.

14.00 – Abertura e apresentação do Projecto StreetArtCEI.
Clara Sarmento e Sara Cerqueira Pascoal, CEI-ISCAP/P.PORTO.

14.30 – Apresentação das rotas do Marquês, Trindade, S. Bento e Vila do Conde.
Joana Reis e Luisa Silva, CEI-ISCAP/P.PORTO.

15.00 – “Fotografando o Porto: as costuras da cidade nas bordas de esculturas têxteis”.
Elenise Cristina Pires de Andrade, Departamento de Educação – Universidade Estadual de Feira de Santana/Bahia/Brasil e Departamento de Sociologia/FLUP/Porto.

15.30 – “Turistificação da arte urbana: eixos de problematização”.
Ágata Sequeira e Ricardo Campos, CICS.Nova, FCSH/UNLisboa; Rede Luso-Brasileira de Pesquisa em Artes e Intervenções Urbanas (R.A.I.U.) e CEI-ISCAP/P.PORTO.

16.00 – Debate e encerramento.

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7 a 9 de Março: trabalho de campo e recolha de imagens no Porto. Horários e locais a combinar com a equipa.


Resumos

“Apresentação do Projecto StreetArtCEI”
Clara Sarmento e Sara Cerqueira Pascoal, CEI-ISCAP/P.PORTO.

StreetArtCEI é um projecto do Centro de Estudos Interculturais (CEI) do ISCAP/P.PORTO nascido na sequência da sua participação no projecto SAICT/23447 “TheRoute – Tourism and Heritage Routes including Ambient Intelligence with Visitants’ Profile Adaptation and Context Awareness”, liderado pelo Politécnico do Porto.

Inicialmente, o trabalho de campo nas ruas do Porto e de outras localidades do Norte de Portugal visou a criação e a experimentação de roteiros inspirados pelas páginas dos escritores que aí situaram as suas narrativas. Mas, em simultâneo a este objectivo do projecto TheRoute, os investigadores e bolseiros de investigação do CEI foram despertando para outras narrativas, visuais, polícromas e intersemióticas, também inscritas na cidade. Tendo criado rotas turísticas ilustrativas da vida e obra de autores como Camilo, Saramago, Aquilino, Eça e Junqueiro, entre outros, a equipa encetou um projecto paralelo motivado pela descoberta da arte imprevista e anónima dos muros da cidade. Convocando as ferramentas teóricas e conceptuais dos estudos interculturais, o projecto StreetArtCEI definiu-se enquanto spin-off do projecto TheRoute, com o objectivo de esbater ainda mais as já de si ténues fronteiras entre culturas dominantes e marginais, suas práticas, símbolos e manifestações estéticas, no espaço aberto, movediço e sempre efémero da cidade. Se o objectivo do projecto The Route é oferecer ao visitante a materialização urbana da obra literária, StreetArtCEI desperta visitantes e habitantes para outras materializações, de estéticas auto e hétero marginalizadas.

A metodologia de trabalho passa pela recolha fotográfica, categorização e extracção de padrões de recorrência, dos quais emergem novas rotas, não só turísticas mas também para usufruto e formação de todo o público interessado. O website do projecto disponibiliza todas as imagens, rotas, arquivos e textos de reflexão em acesso aberto. Do Marquês à Baixa, da Ribeira a Matosinhos, de S. Bento da Vitória a Vila do Conde, os percursos de StreetArtCEI propõem uma busca pela arte oculta nos recantos urbanos e orientam uma corrida contra o tempo que leva a tinta e contra a fúria asséptica dos populistas. Da ignorância nasce a fixação pela parede inócua, pois a arte anónima e pública intimida quem recorre à censura para impor poderes. Por contraste, do conhecimento – criado ou partilhado – nasce o privilégio de saber encontrar nos percursos do quotidiano a arte criada onde e quando o artista esquivo quis. StreetArtCEI assume o privilégio de recolher, registar, preservar e oferecer à academia e ao público a força, a ironia e a beleza dessas singulares instâncias comunicativas, numa missão-dentro-do-projecto que, prevê-se, perdurará por gerações de investigadores do Centro de Estudos Interculturais.


“Fotografando o Porto: as costuras da cidade nas bordas de esculturas têxteis”
Elenise Cristina Pires de Andrade, Departamento de Educação – Universidade Estadual de Feira de Santana/Bahia/Brasil e Departamento de Sociologia/FLUP/Porto.

Bordas, fotografias, cidades em expansão. Artefatos produzidos por alunas do 12O ano da Escola Secundária Artística de Soares dos Reis, quando foi a elas proposto – pela professora da disciplina Projetos e Tecnologias – o tema “Narrativas de viagem”, onde observariam atentamente sua rotina no trajeto escola-casa, casa-escola e a registrariam através de fotografias. Pessoas, prédios, paisagens, texturas, objetos, movimentos, sensações, sombras… Imagens que pudessem expressar os cotidianos. Que linhas-fios (des)escrevem as cidades pelas ruas? Questões que atravessam o projeto de pós doutorado “Provoc-ações: (des)ocupar imagens, (des)enquadrar escritas, perambular por Bahias e Portos”, desenvolvido no Departamento de Sociologia na FLUP, com a supervisão da Professora Paula Guerra. Gestos-signos que nos inspiraram a uma metodologia de pesquisa com experimentações em Oficinas – momentos de encontros em fazer/pensar imagens – e não procedimentos analíticos pretendendo identificar o que ‘elas representam’, ‘o que elas querem dizer’, ‘o que explicam e registram’, buscando uma desestabilização para olhar, sentir, explorar, inventar, conhecer cidades, ruas, escolas, vidas. Das fotos às costuras. Das visibilidades ao toque. Que Porto aporta nesses signos? Godinho (2007) ao falar, junto a Deleuze (2003) sobre o conceito de signo, nos lembra, “Os signos artísticos (…) têm um ‘poder’ sobre todos os outros. Poder esse que lhes vêm da possibilidade de introduzirem um Tempo que não existe nos outros signos, que opera transformações das matérias e dos materiais”(p. 20). Do Cronos ao Aion. Da clareza ao embaçamento. As fotos, inicialmente artefatos visuais se transformaram em esculturas têxteis, fissurando tempos, sensações, conhecimentos. Que Porto? Há porta?


“Turistificação da arte urbana: eixos de problematização”
Ágata Sequeira e Ricardo Campos, CICS.Nova, FCSH/UNLisboa; Rede Luso-Brasileira de Pesquisa em Artes e Intervenções Urbanas (R.A.I.U.) e CEI-ISCAP/P.PORTO.

O rápido incremento do turismo nosso país, com especial relevo nas cidades de Lisboa e Porto, tem aberto novas oportunidades e sectores de negócio. O turismo cultural é um dos grandes eixos de sustentação do turismo citadino. Neste contexto há uma procura crescente não apenas de ofertas culturais mais tradicionais (museus, galerias de arte, monumentos, concertos, etc.), mas igualmente uma busca por novos produtos e experiências de natureza criativa, lúdica e artística. Neste âmbito a Arte Urbana tem-se revelado como um novo produto turístico, em resultado de uma maior presença destas expressões na paisagem urbana de Lisboa, Porto e outras cidades portuguesas. Falamos, por isso, de turistificação da Arte Urbana, olhando para os diferentes agentes que participam deste processo razoavelmente recente. Procuramos, nesta intervenção, a partir do caso específico de Lisboa, detalhar como actuam e se interligam os diferentes agentes (media, indústria do turismo, autarquias, empreendedores locais, artistas, etc.) no sentido de promover a turistificação destas manifestações estéticas.