Conferência “Escavar o mar: naufrágios, tesouros e outras estórias do mar”, Alexandre Monteiro (FCSH – Universidade Nova de Lisboa) | 20 de Maio de 2016

20 de Maio de 2016 | 14.00 | Sala de Leitura Informal da Biblioteca, ISCAP

RESUMO

Antes de ser agricultor, o Homem foi marinheiro. E, desde que foi marinheiro, o Homem perdeu navios no mar. Navios, vidas e, obviamente, carga: lingotes de cobre de Omã para a Babilónia, garum de Setúbal para Roma, mercúrio de Espanha para o Peru, prata da Bolívia para a Índia, porcelana da China para Lisboa – no mar, tudo se perde, tudo se acha.

Nesta conferência faremos um périplo pelos mares do planeta, à procura dos navios portugueses perdidos no Mundo, e dos navios do Mundo perdidos em Portugal.

Nota biográfica

Alexandre Monteiro é doutorando em História, especialidade Arqueologia, na FCSH/UNL, onde foi docente convidado das disciplinas de Arqueologia Náutica Marítima e Fluvial, de Arqueologia Contemporânea e de Arqueologia Marítima (Projecto) do curso de licenciatura em Arqueologia.

É membro da Academia de Marinha e ainda investigador associado dos Institutos de Arqueologia e Paleociências e de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa (UNL) bem como do Center for Maritime Archaeology and Conservation da Texas A&M University e da University of Western Australia.

Licenciado em Arqueologia, dirigiu ou co-dirigiu trabalhos de mitigação de impacte ambiental sobre o património cultural subaquático dos Açores, em projectos como os da construção da Marina de Angra do Heroísmo (1997-98), da ampliação do porto da Horta (1999) ou da ampliação do porto de pesca da Calheta de São Jorge (2000). Ainda nos Açores, organizou de raiz a Carta Arqueológica Subaquática daquele arquipélago, tendo prospectado, encontrado e caracterizado 9 naufrágios históricos nas suas águas.

Actualmente, é o arqueólogo responsável pela direcção técnica e científica dos trabalhos arqueológicos subaquáticos a decorrer nas águas que confrontam os concelhos de Grândola, Alcácer do Sal e Lagos, bem como os que caracterizam arqueologicamente o vapor Primavera, afundado em 1902 na ilha da Berlenga.

Internacionalmente, organiza a Carta Arqueológica Subaquática do Sultanato de Oman, no Golfo Pérsico; a de Moçambique, em protocolo com a Universidade Eduardo Mondlane; caracteriza historicamente o navio português quinhentista encontrado na Namíbia em 2008; e – no âmbito do projecto Linkage Shipwrecks of the Roaring Forties: a maritime archaeological reassessment of some of Australia’s earliest shipwrecks, financiado pelo Australian Research Council – elabora tese de doutoramento sobre a perda na Austrália da galera portuguesa Correio da Ásia (1816).

Desenvolve ainda investigação em dendrocronologia e na utilização histórica de madeiras na construção náutica, co-dirigindo na UNL o projecto Forest resources for Iberian Empires: Ecology and Globalization in the Age of Discovery (FP7-PEOPLE-2013-ITN, Marie-Curie Action, liderado pela agência estatal espanhola Consejo Superior de Investigaciones Cientificas). 

Profissionalmente, foi professor do ensino básico e secundário e técnico superior avençado do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS) do Instituto Português de Arqueologia (Ministério da Cultura). Colaborou ainda com a Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar (EMAM, Ministério da Defesa Nacional) no projecto Profundis – Museu Virtual do Património Cultural Subaquático.

Finalmente, é autor ou co-autor de quase três dezenas de artigos científicos e de mais de uma centena de textos de divulgação ao grande público, sendo associado efectivo da Associação Profissional de Arqueólogos (APA), do Australasian Institute for Maritime Archaeology (AIMA), do International Council for Monuments and Sites (ICOMOS) e membro executivo da International Federation of Teaching Archaeologists and Historians (IFTAH).


Galeria