Conferência “Handover de Macau”, Apresentação do Livro “Paredenses na Grande Guerra” & Projecto theRoute | 16 de Novembro de 2017

16 de Novembro de 2017 | 14.00 | Sala de Leitura Informal da Biblioteca do ISCAP

Handover de Macau, Paredenses na Grande Guerra & Projecto The Route

Coord. CEI – ISCAP/P.PORTO


Programa

Conferência “Disrupturas e (des)Continuidades no Pós-Guerra em Macau: A caminho do handover de 1999”, Vitor Gomes Teixeira (CEI, Univ. Católica Portuguesa e University of Saint Joseph, Macau).

Apresentação do livro Paredenses na Grande Guerra 1914-1918 (CEI e C.M.Paredes, 2017), Ivo Rafael Silva, junior researcher do CEI.

Apresentação das “Rotas militares inglesas no Porto do século XIX”, projecto TheRoute, Joana Ribeiro e Luísa Silva, bolseiras de investigação do CEI.


Galeria


“Disrupturas e (des)Continuidades no Pós-Guerra em Macau: A caminho do handover de 1999”, Vítor Teixeira

Depois do assassinato do Governador Ferreira do Amaral em 22 de Agosto de 1849, da recuperação dos seus restos mortais em 25 de Agosto seguinte pelo (futuro) Coronel Mesquita na batalha do Passaleão e, no ano seguinte, da explosão da fragata D. Maria II em 29 de Outubro de 1850, Macau mergulhou numa certa letargia até à Guerra do Pacífico (1937-45). As consequências deste conflito foram nefastas para Macau também, a par da China. Depois da instauração da República Popular da China em 1949, Macau gravita cada vez mais em torno da Mãe-Pátria, começando a prefigurar-se o retorno do território à sua égide. Neste processo, que culminaria em 20 de Dezembro de 1999, nem tudo foi linear ou desprovido de sinuosidades por vezes ameaçadoras e inquietantes. Recordaremos assim esses momentos, os ecos e ressonâncias em Macau do processo de edificação da República Popular na China e a crescente aproximação do território português aos desígnios da cada vez mais pujante nação chinesa, alicerçada numa renovação congregadora que ainda hoje está em marcha, sob a pauta do princípio “Um País, Dois Sistemas”.

Nota biográfica

Professor Auxiliar / Assistant Professor Universidade Católica Portuguesa, Porto – Escola das Artes e Visiting Professor University of St. Joseph, Special Administrative Region of Macau (People´s Republic of China). Licenciatura em História em 1991, Mestrado em História Medieval em 1996 e Doutoramento em História em 2004, sempre na Universidade do Porto, na Faculdade de Letras. Docente da Universidade Católica Portuguesa (UCP) desde 2000, na Escola das Artes, bem como outras unidades da UCP, além de outras instituições de ensino. Investigador integrado do Centro de Investigação em Ciências e Tecnologias das Artes (CITAR) da UCP e investigadpr-colaborador do Centro de estudos Interculturais CEI-ISCAP-IPP. Professor da Universidade de S. José, Região Administrativa Especial de Macau (R. P. China) entre 2013 e 2015, é ali Visiting Professor. Tem publicado títulos em autoria e co-autoria, artigos, capítulos e estudos vários, colaborado em projectos nas áreas científicas em que trabalha, em particular no Oriente, em Macau, onde desenvolve actividade científica, cultural e jornalística regular. Conferencista, participa em vários congressos desde 1993, tendo também efectuado cursos de especialização na área temáticas da História e Arte das Ordens Religiosas e Avaliação e Taxação de Livro Antigo. Júri de teses Doutoramento e Mestrado, em Portugal e no Estrangeiro (examiner or jury member). Participação em projectos internacionais (como CarnVal 2015-2017). Na actualidade, os seus domínios de investigação prendem-se com a história e património da expansão portuguesa na Ásia e o estudo das relações inteculturais entre a Europa e o Sudeste Asiático e China, com destaque para esta e para o Delta do Rio da Pérola (Macau, Hong Kong, Cantão).


“Paredenses na Grande Guerra”, Ivo Silva

A participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) começa no continente africano, na defesa do sul de Angola e norte de Moçambique, em face da ameaça à integridade dos respectivos territórios por parte do beligerante império alemão. São enviados para ambas as províncias ultramarinas, logo a partir de 1914, diversos contingentes expedicionários, que somarão insucessos militares e serão sobretudo derrotados pela doença. Em 1916, por razões fundamentalmente políticas, o governo da República Portuguesa força a beligerância formal através da França e da Inglaterra, enviando cerca de 60 mil homens – o Corpo Expedicionário Português – para as trincheiras da Flandres. Em ambas as latitudes da Grande Guerra – Europa e África – houve sangue paredense derramado. Mais de centena e meia de militares naturais ou residentes no concelho de Paredes conheceriam o inferno das trincheiras no norte de França, e nove oriundos deste concelho encontrariam a morte nas terras quentes de Angola e Moçambique.

Nota biográfica

Ivo Rafael Silva, natural de Recarei, Paredes, é junior researcher do Centro de Estudos Interculturais do ISCAP. Mestre em Tradução e Interpretação Especializadas, licenciado em Assessoria e Tradução. Investigador de História Local, autor e coordenador das monografias «Villa Recaredi» (2008), «Recarei e o Sacerdócio» (2010), «Crónicas Recaredenses» (2013) e «Paredenses na Grande Guerra (2017)». A sua tese de mestrado – Contributos da Tradução para a Historiografia Portuguesa: Reflexões pré e para-tradutivas em torno da Narrativa da Expedição a Portugal em 1832 – fora distinguida com o Prémio CEI 2011.


“Rotas militares inglesas no Porto do século XIX”, projecto TheRoute.
Joana Ribeiro e Luísa Silva

As rotas Liberais são um desafio à descoberta dos lugares que guardam a memória dos tempos da Guerra Civil de 1832-1834 e marcam um período importante na História de Portugal.
A principal fonte de informações para esta pesquisa, foi a Narrative Of The Expedition To Portugal in 1832 V1-2: Under The Orders Of His Imperial Majesty Dom Pedro, Duque Of Braganza (1833) de G. Lloyd Hodges.
Apesar dos acontecimentos relacionados com a Revolução Liberal e com o Cerco do Porto terem ocorrido por toda a cidade, estes percursos são fundamentados nas memórias de quem intensamente tomou parte nos acontecimentos. G. Lloyd Hodges, foi comandante da brigada britânica aliada dos liberais dirigidas por D. Pedro, contra as forças absolutistas de D. Miguel. Contribuiu para a vitória do liberalismo e posterior coroação de D. Maria II, em 1834, como rainha de Portugal.

Notas biográficas

Luísa Silva
Licenciatura em Comunicação Empresarial. Atualmente frequenta o segundo ano do Mestrado Intercultural Studies for Business, com as opções das unidades curriculares Cultura Francesa e Cultura Árabe para Negócios. Tem especial interesse no estudo de temas que abordam a diversidade cultural, os seus valores, os seus confrontos e a sua interação nos problemas económicos, sociais e ambientais e consequente responsabilidade no património comum da humanidade.

Joana Ribeiro
Licenciada em Línguas pela Universidade do Minho. Atualmente frequenta o segundo ano do Mestrado em Tradução e Interpretação Especializadas, do ISCAP-P.PORTO. Bolseira de investigação do projeto TheRoute, CEI-ISCAP-P.PORTO